“Naquela ocasião os chefes dos sacerdotes e os líderes religiosos do povo se reuniram no palácio do sumo sacerdote, cujo nome era Caifás, e juntos planejaram prender Jesus à traição e matá-lo. Mas diziam: “Não durante a festa, para que não haja tumulto entre o povo.” (Mateus 26:3-5)
A detenção, julgamento, condenação, sentença e execução de Jesus Cristo foi e ainda é sem precedente legal. Ele sofreu a penalidade da morte apesar que Pôncio Pilatos – a autoridade romana local – o considerou inocente.
Messias realmente foi submetido a dois julgamentos cada um com três fases. Primeiro veio o julgamento religioso, onde a acusação era de blasfêmia, em seguida, veio o processo civil em que a acusação era o incitamento à rebelião.
Jesus foi julgado perante um tribunal injusto, com um processo judicial apressado, que termina em uma punição severa, um julgamento não autorizado realizado por indivíduos que tomaram a lei em suas próprias mãos. Estes líderes são considerados corruptos e sem respeito a lei. Este julgamento foi precedido por uma conspiração:
“Então os principais sacerdotes e os anciãos do povo se reuniram no pátio da casa do sumo sacerdote, o qual se chamava Caifás; e deliberaram como prender Jesus a traição, e o matar. Mas diziam: Não durante a festa, para que não haja tumulto entre o povo.” (Mateus 26:3-5)
A conspiração incluiu os fariseus, os anciãos do povo, os saduceus e os sumo sacerdotes. Haviam dois grupos opostos e havia uma grande amargura entre eles. Mas eles tinham uma coisa em comum; animosidade para com as reivindicações do Messias. Enquanto Jesus mantinha a Lei de Moisés, Ele se recusou a defender as tradições de ambos os fariseus ou os saduceus. Esta foi a razão pela qual Ele foi odiado por ambos os grupos. Esse ódio deu origem a uma conspiração contra o Messias, que foi liderado por Caifás, o sumo sacerdote. O plano era de apreender Jesus em segredo, longe da atenção das massas, e matá-lo antes que as pessoas se deram conta do que havia acontecido.
Mateus 26:14-16, Marcos 14:11 e Lucas 22:5 claramente declaram que os conspiradores estavam contentes quando Judas ofereceu a oportunidade de apreender Jesus. Eles rapidamente fizeram uma promessa para pagá-lo por seus serviços. O valor acordado foi de trinta moedas de prata. Judas foi pago pelo “templo” dinheiro que havia sido designado para a compra de sacrifícios. Os conspiradores nem realizaram que eles estavam realmente comprando um sacrifício com o dinheiro do templo, porque quando o Messias morreu, Ele morreu como sacrifício pelo pecado de todas as pessoas.
As trinta moedas de prata tinham significado adicional. De acordo com Êxodo 21:32 “Se o boi chifrar um escravo homem ou mulher, o proprietário deve pagar trinta moedas de prata ao dono do escravo. . . “ Assim, os líderes de Israel compararam o ministério do Messias como sendo do valor de um escravo. Mas, ao mesmo tempo, desconhecido para eles, estes líderes estavam cumprindo uma profecia do Antigo Testamento. Zacarias 11:12 claramente afirma que seu preço seria de trinta moedas de prata. Leia Zacarias 11:12-13.
No tempo do Messias, o judaísmo tinha desenvolvido muitas leis que controlavam todas as facetas da vida judaica, que nas Escrituras é referido como a tradição dos anciãos (leia Marcos 7:3-4).
Dentro deste corpo maciço de lei haviam os mandamentos que lidavam com a maneira pela qual o Sinédrio deveria conduzir um julgamento.
A principal coisa que os fariseus e saduceus tinham contra o Messias foi Sua recusa em aceitar as tradições como sendo oficias e obrigatórias. No entanto, eles mesmos eram culpados da mesma coisa pela qual eles condenaram o Messias. Na tentativa de um processo judicial apressado e morte rápida do Messias através de um tribunal injusto, eles violaram uma série de suas próprias leis.
As vinte e duas leis do Sinédrio, que foram violadas no julgamento do Messias são os seguintes:
- Não deveria haver nenhuma apreenção por autoridades religiosas que foi afetada por suborno: “Também não aceitarás suborno, porque a suborno cega os que têm vista, e perverte as palavras dos justos.” (Éxodo 23:8)
- Não deveria haver nenhum procedimento criminal depois do pôr-do-sol. ((“Deixe um crime capital ser julgado durante o dia, mas suspendê-lo durante a noite.” (Mishna = a lei oral, Sanhedrin 4:1)).
- Nem juízes ou membros do Sinédrio eram autorizados a participar na detenção. “Depois, Jesus disse aos líderes dos sacerdotes, aos chefes dos guardas do templo e aos anciãos que tinham ido prendê-lo: Por que vocês vieram com espadas e cacetes para me prender, como se eu fosse um ladrão?” (Lucas 22:52)
- Não deveria haver julgamentos antes do sacrifício da manhã.
- Não deveria haver julgamentos secretos, só público.
- Julgamento pelo Sinédrio só podia ser realizado no Salão de Julgamento no recinto do Templo.
- O procedimento era para ser primeiro a defesa e depois a acusação.
- Todos podem argumentar em favor da absolvição, mas todos não podem argumentar em favor da convicção.
- Devia haver duas ou três testemunhas e seu depoimento tinha de concordar em todos os detalhes: (Deuteronômio 19:15)
- Não deveria haver nenhuma provisão para o acusado a depor contra si mesmo.
- O Sumo Sacerdote era proibido rasgar a sua vestidura (Levítico 21:10).
- As acusações não poderiam originar com os juízes. Eles só podiam investigar acusações trazidas para eles.
- A acusação de blasfêmia era válida somente se o nome de Deus em si foi pronunciado.
- Uma pessoa não poderia ser condenado somente baseada em suas próprias palavras.
- O veredicto não poderia ser anunciado durante a noite, só durante o dia.
- No caso da punião, o julgamento e o veredicto de culpabilidade não poderiam ocorrer ao mesmo tempo, mas deveriam ser separados pelo menos por 24 horas.
- Votando a favor da pena de morte tinha que ser feito por contagem individual iníciando com o mais novo assim que o jovem não seria influenciada pelos anciãos.
- A decisão unânime de culpa demonstra inocência, já que é impossível para 23 – 71 homens estar de acordo, sem ter conspirado.
- A sentença só poderia ser pronunciado três dias após o veredicto de culpa.
- Uma pessoa condenada à morte não poderia ser batida ou açoitada previamente.
- Os juízes deviam ser humanos e gentis.
- Nenhum julgamento era permitido na véspera do sábado ou num dia de festa. (A Mishna = lei oral diz: “Eles não julgarão, na véspera do sábado, nem em qualquer festival.”) Fonte:https://mvmportuguese.wordpress.com/2014/04/17/o-julgamento-injusto-e-corrupto-de-jesus-mateus-263-5-2/